Perguntar a alguém o que é estranho nos dias de hoje é bem complicado. Um exercício de estranhamento se torna difícil em uma época onde as constantes mudanças do mundo globalizado não no deixam mais pensar sobre o que pode ser estranho ou não. A humanidade passa por um período de descobertas e avanços que causam espanto em muitas pessoas. Em todos os aspectos e níveis da nossa sociedade encontramos situações que nos causam uma sensação realmente diferente, até mesmo visceral.
O que falar sobre os estilos e o modo de se vestir dos jovens? O que falar sobre a forma de comunicação e interação que a Internet nos trouxe atualmente? A tecnologia diminui distâncias e ao mesmo tempo aumenta o abismo entre as pessoas. Relacionamentos são criados e desfeitos com a mesma velocidade nas redes sociais, criando amigos e até mesmo amores descartáveis.
Somos criados e passamos toda nossa vida baseados em uma lógica que defende que o sucesso material é o grande ápice da vida de um homem. Buscamos sonhos construídos por grandes empresas, consumimos o planeta nessa busca desenfreada por bens materiais e esquecemos que nenhuma dessas “conquistas” fazem sentido no final. Lembro de um velho ditado popular que minha sábia avó sempre repetia quando via pessoas apegadas demais às suas conquistas materiais: “Caixão não tem gaveta meu neto...” Estranho e absurdamente lógico né?
Vai ver que perguntar a alguém o que é estranho nem é tão complicado assim. A resposta, afinal de contas, é bem simples: a vida é estranha...
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