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domingo, 23 de outubro de 2011

Curiosidades

Depois de ver o documentário sobre o filme, fiquei pensando como um homem tão poderoso como Hearst deixaria uma obra que faz uma caricatura da vida dele ser liberada assim, sem mais nem menos. Ai dei uma pesquisada com nosso amigo Google e achei isso:

Cidadão Kane”, embora obra ficcional, tem grandes similaridades com eventos reais. O roteirista Herman J. Mankiewicz confirma que se inspirou em magnata da mídia William Randolph Hearst. Porém, mesmo que a inspiração não fosse anunciada, a mesma soaria um tanto óbvia, apenas observando a semelhança entre do ficcional Charles Foster Kane e o real William Randolph Hearst (sem contar o fato de que Mankiewicz conhecia Hearst pessoalmente). Uma rápida lida na biografia do Hearst já comprova tal realidade. Tanto ele quanto Kane foram criados por um tutor, no lugar dos país; ambos tomaram posse da direção de um jornal pequeno enquanto ainda estavam na casa dos 20 anos – some a isso o fato de ninguém levar a sério o negócio que estavam começando; ambos passaram a ser donos da maioria dos jornais do país; ambos acabaram formando uma personalidade cheia de ego auto-inflado, e consequentemente encheram seus jornais com notícias sensacionalistas, sempre buscando o máximo de atenção.

A lista poderia continuar. Não há dúvidas de como Kane e Hearst se parecem. E esse, aliás, foi um dos problemas para divulgação do filme. Hearst ficou tão enfurecido, que chegou a publicamente acusar Orson Welles de ser um comunista – algo que, naquela época, era uma acusação de proporções (e consequências) épicas. Há também o relato de, durante as filmagens, Welles ter sido informado de que Hearst havia arquitetado um modo de prejudicá-lo. Hearst teria pagado uma mulher para, estando nua, agarrar Welles assim que chegasse a seu quarto no hotel onde estava hospedado. Junto à mulher, estaria um fotógrafo. A ideia seria sujar a imagem de Welles perante ao excessivamente puritano público dos Estados Unidos. Welles, então, decidiu não arriscar e dormiu em outro lugar naquela noite. Se a ameaça de Hearst era séria ou não, não se sabe.

No entanto, se a certeza quanto à veracidade dessa armação da mulher nua ficou no ar, Hearst, depois do filme estar finalizado, cumpriu sua promessa de prejudicar (eufemismo) a passagem de “Cidadão Kane” pelos cinemas. Hearst proibiu qualquer tipo de publicidade do filme em seus (muitos) jornais. Não só publicidade de “Cidadão Kane”, como de qualquer filme do estúdio responsável, a RKO. E foi além. Ofereceu-se para comprar o negativo de “Cidadão Kane” diretamente do presidente da RKO, George Schaefer, com a óbvia intenção de destruí-lo. A sorte foi que Orson Welles já havia tomado as precauções necessárias, tendo mostrado o filme para figuras influentes dentro da indústria cinematográfica, garantindo críticas positivas em jornais fora do alcance de Hearst, bem como o (ainda que limitado) lançamento de “Cidadão Kane” nos cinemas.

Apesar dos feitos que Welles garantiu para levar seu filme às telonas, a violenta investida de publicidade negativa por parte de Hearst acabou se sobressaindo, e “Cidadão Kane” não se saiu bem nas bilheterias.

Acho que o que fez a diferença nesse filme foi a perspicácia do Welles, esse cara faria tudo para que seu filme fosse lançado. Acho que o filme deu tão certo porque os dois eram muito parecidos. Welles era a reencarnação na vida real do seu personagem.


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